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Empresas também podem quebrar enquanto crescem

Empresas também podem quebrar enquanto crescem?

Empresas também podem quebrar enquanto crescem

Antes de mais nada muitos investidores iniciantes consideram apenas a demonstração de resultados (DRE), que inclui nomes familiares como receita e lucro líquido, ao analisar uma empresa.

Contudo, muitas pessoas simplesmente verificam se a empresa dá lucro e associam isso a uma estabilidade financeira absoluta. À medida que a empresa cresce, ela cria mais confiança à medida que seus lucros e receitas aumentam.

Mas você sabia que uma empresa pode ir à falência enquanto aumenta os lucros além das receitas? É a verdade.

E como isso pode acontecer?

Nesse sentido é importante que quem almeja tornar-se um value investor de sucesso entenda a diferença entre lucro líquido fluxo de caixa de uma companhia — e como o crescimento desta pode afetar sua geração de caixa.

Regime de competência e regime de caixa

A princípio a DRE de uma empresa, da qual deriva o lucro líquido, segue o regime de competência, que reconhece as receitas e despesas decorrentes da venda de bens ou serviços da empresa no momento da venda.

Isso pode ser visto no seguinte exemplo: se uma empresa vende um produto no valor de R$ 1.200 em 12 conjuntos a um custo de R$ 100 no primeiro mês contábil, seu lucro no primeiro mês não é de R$ 0 (como alguns pensam, pois recebia apenas R$ 100 por aparelho no mês). Na verdade, seu lucro no primeiro mês será de R$ 1100, pois foi nesse período que ocorreu a venda.

Por outro lado, em regime de caixa, uma empresa registra quanto dinheiro realmente entrou e saiu da empresa durante um período de tempo, o que é chamado de fluxo de caixa. Contudo, se a empresa recebesse apenas a primeira remessa no primeiro mês e gastasse R$ 100 na oferta do produto nesse período, teria gerado R$ 0 de fluxo de caixa operacional (FCO).

Então entendemos que o fluxo de caixa de uma empresa não é uma coisa complicada, mas é cada dia mais familiar para nós. Isso porque se alguém lhe pagar a dívida em parcelas, você não terá o valor integral como “receita” da primeira parcela.

Nesse sentido com isso em mente, é importante ver como o FCO de uma empresa realmente se compara ao lucro líquido reportado. Bem como isso se reflete na demonstração dos fluxos de caixa (DFC) da empresa, que é obrigatoriamente incluída nos resultados trimestrais e anuais das companhias abertas.

Como os estoques e as contas a receber podem quebrar uma empresa em crescimento

Enquanto diante do que apresentamos até aqui, percebemos que pode ocorrer um descasamento entre o lucro líquido de uma companhia e sua geração de caixa. E isso pode ser ainda mais preocupante em negócios que estão crescendo rapidamente e precisam oferecer prazos de pagamento maiores aos seus clientes ou aumentar muito o estoque, buscando sustentar esse crescimento.

Então atente-se ao fato de que, quando há o aumento do estoque de uma empresa ou de suas contas a receber — as quais consistem nos pagamentos a prazo dos valores que seus clientes lhe devem —, há queima de caixa. 

Assim, quando ocorre a compra de mais estoques, mais caixa é desembolsado. Quando as contas a receber aumentam, elas devem ser subtraídas do lucro líquido para ser possível chegar ao FCO, pois essa é uma quantia que ainda não gerou dinheiro. Assim, fluxos de caixa muito negativos podem ser gerados, mesmo quando o lucro cresce.

DFC imaginária de uma empresa crescendo ‘mal’

Com base no exemplo anterior, podemos observar como uma empresa cujo lucro líquido cresce muito – sem se preocupar com a gestão de caixa – pode queimar caixa de maneira preocupante. Esse contexto pode acarretar uma falência, se ocorrer de forma recorrente. 

Por fim algumas alternativas para melhorar a gestão de caixa dessa companhia seriam abdicar um pouco do crescimento, exigindo prazos de pagamento menores dos clientes, ou realizar uma expansão mais cuidadosa de seus estoques.

Entretanto, se a empresa realmente precisar queimar caixa para crescer em um primeiro momento, ela poderá evitar problemas financeiros crescendo em patamares (em forma de “escada”). Dessa maneira, a companhia primeiro geraria caixa para queimá-lo no crescimento; em seguida, ela pararia de crescer para gerar mais caixa e financiar sua expansão seguinte.

Conclusão

O investidor deve se atentar aos fluxos de caixa de uma empresa sem ficar excessivamente animado só porque ela está crescendo. Lembre-se de que o cemitério dos negócios está cheio daqueles que se expandiram a qualquer custo.

Portanto, desconfie da narrativa de um crescimento extraordinário, contínuo e sem precedentes, uma vez que é raro que ele ocorra de maneira sustentável e com geração de caixa para a empresa.

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