A partir de 1º de julho, entra em vigor a fase de testes da nova versão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em todo o território nacional. A atualização foi formalizada pela Nota Técnica 2025.002-RTC e está diretamente relacionada à implementação da Reforma Tributária. O novo modelo trará alterações significativas no leiaute da NF-e, exigindo adaptações importantes nas plataformas responsáveis pela emissão do XML fiscal.
De acordo com Thais Borges, diretora comercial e de marketing da Systax — uma das principais empresas de tecnologia fiscal e tributária do país — é essencial que as organizações compreendam a fundo as mudanças introduzidas pelo novo formato. “Antecipar-se às exigências é a melhor forma de entender o real impacto nas operações e identificar as adequações necessárias até a entrada definitiva em vigor”, afirma Thais.
Entre as transformações centrais, destaca-se a substituição de cinco tributos atuais (PIS, COFINS, IPI — parcialmente —, ICMS e ISS) por dois novos: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). Ambos seguem o modelo de Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), e serão cobrados em níveis distintos: federal (CBS) e estadual/municipal (IBS). Essa reformulação tem como objetivo reduzir a cumulatividade e acabar com a tributação em cascata que há anos marca o sistema brasileiro.
Durante o período de testes, a inclusão dos dados relacionados ao CBS, IBS e ao Imposto Seletivo (IS) será facultativa e não estará sujeita à validação obrigatória. No entanto, a partir de janeiro de 2026, essa exigência passará a valer para todos os emissores de NF-e e NFC-e, tornando imprescindível o correto preenchimento dessas informações.
Thais alerta que empresas que não se adaptarem a tempo poderão enfrentar sérios entraves. “A emissão de documentos fiscais poderá ser prejudicada, impactando diretamente o faturamento e a conformidade fiscal das companhias. Em casos mais críticos, as operações podem até ser interrompidas”, ressalta. Ela também reforça a necessidade de investir em soluções tecnológicas especializadas, como motores de cálculo tributário, para lidar com a complexidade dos novos tributos e garantir segurança nas operações.
A nova versão da NF-e traz mudanças profundas, dentre as quais se destacam:
- Novos campos no documento: foram incluídos campos específicos para CBS, IBS e IS, além de códigos de situação e classificação tributária para cada item da nota.
- Criação de eventos fiscais inéditos: novos eventos passam a fazer parte da NF-e, como cancelamento genérico e manifestações fiscais sobre transferências de crédito.
- Atualização do leiaute: o formato da NF-e foi reformulado para comportar as novas exigências, o que exige atualização completa dos sistemas emissores utilizados pelas empresas.
Apesar da proximidade da fase de testes, muitas empresas ainda não iniciaram os processos de adequação. Com mais de 27 milhões de CNPJs ativos no Brasil, o cenário de despreparo pode gerar uma onda de problemas operacionais e gargalos nos processos internos.
Outro fator desafiador é o próprio período de transição, durante o qual será necessário acompanhar paralelamente a legislação atual em todas as esferas (federal, estadual e municipal), bem como as diretrizes da nova estrutura tributária. Isso exigirá uma infraestrutura tecnológica robusta e soluções capazes de lidar com a complexidade do novo ambiente fiscal.
Por isso, Thais Borges reforça a importância de agir com antecedência. “Compreender as alterações, avaliar os impactos no dia a dia da empresa e começar a adaptação o quanto antes será decisivo. As companhias que se prepararem agora terão uma grande vantagem competitiva quando o novo modelo se tornar obrigatório”, finaliza.
Fonte: Systax – Thais Borges, diretora comercial e de marketing.
Blog: Contábeis, disponível em: www.contabeis.com.br/noticias/70846/novo-formato-de-nf-e-entra-em-testes-em-julho-e-exigira-adequacoes/